A criança, quando criança,
caminhava de braços caídos,
queria que o ribeiro fosse um rio,
o rio uma torrente e este charco, o mar.
A criança, quando criança,
não sabia que era criança,
tudo para ela tinha alma
e todas as almas eram uma só.
A criança, quando criança,
não tinha opinião sobre nada,
não tinha hábitos,
sentava-se de pernas cruzadas,
de repente desatava a correr,
tinha um remoinho no cabelo
e não fazia caretas
quando era fotografada.