segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Viagem de uma lágrima



Fecha os olhos! Viaja comigo!
Escuta! Que ouves? Segue a minha voz!
Caminho devagar, sem pressa... oiço os meus passos.. lá fora chove...As nuvens, essas, trouxeram lágrimas.  Degusto uma a uma,  têm cheiro, têm cores várias, têm música, têm sabor a ti...

O sacrifício



Lindíssima música de Michael Nyman, lindíssimo filme (The Piano) de Jane Campion.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Penso Pessoa e pinto.

Leio-te, compreendo-te. Identifico-me. Estás em mim muito presente.
Meu caro Fernando Nogueira Pessoa, as próximas pinturas irão ser dedicadas a ti.
Obrigada!

Tempo é mudança

A inércia deu lugar à vontade de mudar. A atitude apática à minha vontade  - ou a falta dela -, mata-me, frustra-me. O tempo passa e a vontade, essa, infelizmente também. Fica o desapontamento.

Já dizia Walter Kaufmann, in "O tempo é um Artista" mas noutro sentido, ... «o tempo é a dimensão da mudança. Sem percepção da mudança, não há e não pode haver percepção do tempo. Essas diferentes atitudes para com o tempo são corolários de diferentes atitudes para com a mudança (...) Vive-se bem a vida em camaradagem com o tempo, vendo-o como ele é, respeitando as suas obras, inclusive a decadência e a morte, com o passado e com a história. A restauração é uma autodecepção e frequentemente um crime. (...) O tempo é frequentemente destrutivo - como o são os escultores quando trabalham um bloco de pedra. Mas velhos rostos podem ser mais expressivos que rostos jovens, velhas paredes e esculturas mais ricas que as novas.».

Estou a envelhecer. Não há tempo. As horas são escassas. Preciso respirar. VIVER. Sim, quero viver! Pintar faz-me sentir viva. Houve um enorme interregno, tempo demais, e a vontade, essa, não pode ser ignorada. Pinto como se escrevesse. Crio. Metamorfoseio-me. Metamorfoseio-vos.
Estou cheia de vontade. Vamos a isso!
Obrigada "Extreme"!

domingo, 22 de novembro de 2009

Noites escuras


Observo as horas, são 4:46, sinto o peso da noite escura. Acompanham-me as insónias. Silêncio.  Apenas fica o som do que penso. Revejo assustada a vida lá fora. Estou  num dia em que tudo me pesa. Apetece-me fugir, apetece-me gritar. Porém, o silêncio, esse, grita mais que qualquer som e pede o favor de ser ouvido...Tanto conhecimento sardónico de sensações prováveis... lutei grandemente contra o pensamento de ir ao teu encontro... que fazer?... a felicidade, essa, foge-me!
Deixa-la ir!

deus é bom mas o diabo também não é mau


Não é natural que a vida me traga outro encontro com as emoções naturais. Quase desejo que apareça para ver como me sinto dessa segunda vez, depois de ter atravessado toda a extensa análise da primeira experiência. É possivel que sinta menos; é também possível que sinta mais. Se o destino o der, que o dê. Sobre as emoções tenho curiosidade. Sobre os factos, quaisquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.
Bernardo Soares - O Livro do Desassossego

terça-feira, 10 de novembro de 2009