Tantas vezes, tantas, como agora, me tem pesado sentir que sinto - sentir como angústia só por ser sentir, a inquietação de estar aqui, a saudade de outra coisa que se não conheceu, o poente de todas as emoções, amarelecer-me esbatido para tristeza cinzenta na minha consciência externa de mim. Ah, quem me poderá salvar de existir? Não é a morte que ero, nem a vida: é aquela outra coisa que brilha no fundo da ânsia como um diamante possível numa cova a que se não pode descer. Bernardo Soares
1 comentário:
Tantas vezes, tantas, como agora, me tem pesado sentir que sinto - sentir como angústia só por ser sentir, a inquietação de estar aqui, a saudade de outra coisa que se não conheceu, o poente de todas as emoções, amarelecer-me esbatido para tristeza cinzenta na minha consciência externa de mim.
Ah, quem me poderá salvar de existir? Não é a morte que ero, nem a vida: é aquela outra coisa que brilha no fundo da ânsia como um diamante possível numa cova a que se não pode descer.
Bernardo Soares
Enviar um comentário